domingo, 14 de novembro de 2010



TRANSAÇÕES CORRENTES E FLUXO DE CAPITAL

Em primeiro lugar vamos definir o que é “saldo em conta corrente”.

O saldo em conta corrente de um país é o resultado de todas as suas transações comerciais e de serviços com os outros países. Quando um país comercializa com outros países, quando exporta ou importa bens e serviços, todo esse movimento faz parte do saldo das transações correntes. Também entram no saldo da conta corrente os rendimentos e as transferências unilaterais. Então, em resumo, a conta corrente de um país é formada por:

  •   Balança comercial: saldo das exportações e importações de um determinado país com os outros países. Se um país exporta mais do que importa, diz-se que houve um aumento da balança comercial; o país tem superávit comercial. Já se ocorre o contrário, o país importa mais do que exporta, diz-se que sua balança comercial teve uma redução; o país teve um déficit comercial. Isso é interessante porque os Estados Unidos importa mais do que exporta.

  •  Balança de serviços:   boa parte da balança de serviços é composta por atividades de turismo, seguros, transportes, rendimentos de investimentos (UnB). Os Estados Unidos são o país mais visitado do mundo, atrás apenas da Espanha e da França.       
  
  • Balança de rendimentos: são as rendas pagas aos fatores de produção, composto por salários, aluguéis, juros e lucros.

  •   Balança de transferências unilaterais: de todas da conta corrente, esta não tem vínculo com comércio. Esta conta é composta principalmente por doações, heranças, e remessas de dinheiro para o país, não relacionadas com operações comerciais.

Depois de entender melhor o saldo em conta corrente, vamos estudar o gráfico abaixo.


Podemos ver que no período estudado o saldo em conta corrente, a balança comercial, a balança de bens e serviços e a balança de transferências unilaterais estão com saldo negativo.

Se observarmos a partir do ano de 2001 até o ano de 2006, o saldo em conta corrente dos Estados Unidos sempre aumenta negativamente. Em 2001, o saldo teve um déficit de US$397,15 bilhões; em 2006, o seu déficit passou para US$ 802, 63 bilhões.

A partir de 2007 esse saldo negativo começa a diminuir. Passa dos negativos US$ 718 bilhões em 2007 para um déficit de US$ 378,4 bilhões em 2009.

Os Estados Unidos importam mais do que exportam, por isso sua balança comercial (exportações–importações) está sempre deficitária no período estudado. Vale notar que a balança comercial dos EUA está intimamente relacionada com o saldo em conta corrente até 2006. A partir de 2007, a balança comercial é negativamente maior que o saldo em conta corrente. É a partir deste ano que se dá o inicio da crise internacional; o consumo nos EUA se retrai, o país importa menos e como o mundo todo está em crise, também importam menos. Podemos ver uma expressiva diminuição na balança comercial de 2008 para 2009 de um déficit de US$ 834,65 bilhões para um déficit de US$ 506,9 bilhões, ou seja, 39,26%.

Quando os EUA exportam, ele troca seus produtos pelas moedas dos outros países. Isto aumenta o saldo da balança comercial, ela fica positiva. Agora, quando ele importa os produtos estrangeiros, tem que trocar esses produtos por dólares. Como tem dólares saindo, isso diminui o saldo da balança comercial, ela fica negativa. Logo, se sai mais dólares do que entram moedas de outros países, a balança comercial fica negativa; ou, se entra mais moedas estrangeiras do que saem dólares do país, a balança comercial é positiva. Isto serve não só para a balança comercial mas para todas as contas do Balanço de Pagamentos.

Quando vemos no gráfico que a balança comercial está negativa, isso quer dizer que os EUA importaram mais do que exportaram; logo, enviaram mais dólares ao exterior, diminuindo o saldo da balança.

A balança de serviços dos EUA está sempre positiva no período estudado. Como já dissemos, o país tem uma forte industria de turismo. Ele também é forte no setor de seguros, filmes, e não esquecendo que o país tem a maior rede de rodovias expressas do mundo.

Sua balança de rendimentos teve a maior alta em 2008, com um superávit de US$ 151,97 bilhões.

E a balança de transferências unilaterais quase que dobrou entre 2001 e 2009, passando de um déficit de US$ 64,487 bilhões para um déficit de US$ 124,94 bilhões.

Para nos concentrarmos no tema em estudo, analisaremos abaixo a balança comercial e a balança de serviços dos EUA e a relação entre elas. São os mesmos dados do gráfico anterior.




A balança comercial entre os anos de 2001 e 2006 teve um aumento deficitário de 50,5%. Entre os anos de 2006 e 2008 ela se estabiliza, e no ano de 2009 em comparação com 2008 há uma redução no seu déficit em 39,26%, passando de US$ 834,65 bilhões negativos para US$ 506,65 bilhões negativos.

A balança de serviços aumentou de US$ 57,58 bilhões em 2001 para US$ 132,03 bilhões em 2009, um aumento de 56,38%.
A balança de bens e serviços americana, que é a soma de sua balança comercial mais sua balança de serviços, segue a mesma tendência da balança comercial, ou seja, sempre em déficit, mas menor.

Pode-se ver que entre os anos de 2001 e 2006, houve um aumento do déficit da balança de bens e serviços de 52%, passando de um déficit de US$ 364,39 bilhões para um déficit de US$ 759,24 bilhões. Agora, de 2006 a 2009 há uma redução no déficit em 50,62%, passando de um déficit de US$ 759,24 bilhões em 2006 para US$ 374,9 bilhões negativos.
Já no gráfico abaixo temos o montante de exportações e importações de bens e serviços dos EUA nos anos de 2001 a 2009. Como se vê, até 2008 o nível de exportações e importações só aumenta, tendo uma freada brusca em 2009.

De 2001 a 2008, as exportações cresceram 45,35%, passando de US$ 1 trilhão em 2001 para US$ 1,83 trilhão em 2008. Já de 2008 para 2009, houve uma queda no volume das exportações em 14,58%, passando de US$ 1,83 trilhão para US$ 1,57 trilhão.

 As importações superam as exportações em todos os anos do período analisado. Fazendo um estudo rápido do gráfico vemos que de 2001 para 2008 as importações tiveram um aumento de 46%, (ante 45% das exportações), passando de US$ 1,37 trilhão para US$ 2,53 trilhões. Mas de 2008 para 2009 as importações caíram em 23,33%.

Vamos analisar brevemente agora o gráfico da balança de rendimentos norte-americana.


A balança de rendimentos é formada pelas receitas de rendimentos diminuída dos pagamentos; quer dizer, toda a renda que veio dos outros países para os EUA menos a renda que saiu dos EUA para os outros países.

De 2001 a 2007 há um aumento no nível das receitas de rendimentos em 64,9%. Já de 2007 para 2009, há uma redução de 29,1%.

No total, a balança de rendimentos era de US$ 31,77 bilhões em 2001 e passou para US$121,42 bilhões em 2009, um aumento de 73,87%.

Nos próximos dois gráficos analisaremos a renda enviada ao exterior e a renda recebida do exterior.

Em geral, a renda enviada ao exterior é composta por:

  •  Royalties;
  • Pagamento do governo dos EUA;
  • Pagamentos diretos ao investimento;
  • Remuneração dos fatores de produção e;
  • Outros pagamentos privados.


Vemos no gráfico que a maior renda enviada ao exterior são “outros pagamentos privados”, que em 2007, se comparado com 2001, teve um aumento de 62,5%.

Os pagamentos diretos ao investidor tiveram um aumento surpreendente de 91,5% de 2001 para 2006.

E os pagamentos do governo dos EUA tiveram um aumento de 53% de 2001 a 2008.


Agora, olhando para este outro gráfico abaixo vamos analisar as principais rendas que vieram de fora para os EUA.


As duas maiores receitas são as “receitas de investimento direto” e “outras receitas privadas”.

De 2001 até 2008, as receitas de investimento direto tiveram alta de 68% .

As outras receitas privadas aumentaram 65,7% de 2001 a 2007; porém, entre 2007 e 2009 elas caíram 48,3%.

As receitas do governo dos EUA e a remuneração dos fatores de produção quase não são visíveis no gráfico e simplesmente não variam. A primeira saiu de US$ 3,5 bilhões em 2001 para US$ 4,7 bilhões em 2009. A segunda passou de US$ 2,8 bilhões em 2001 para apenas US$ 2,9 bilhões em 2009.

Os royalties tiveram um leve aumento de 2,45% de 2001 até 2008.

Há muitos imigrantes nos Estados Unidos, tanto formais quanto informais. Muitos se encontram no país para somarem quantias consideráveis de dólares e enviarem às suas famílias que ficaram no país de origem. Todo esse dinheiro que sai dos EUA para os outros países são contabilizados na balança de transferências unilaterais. Alem dessas remessas de dinheiro dos imigrantes dos EUA, também entram na balança as doações, as heranças, os subsídios do governo, a ajuda dos EUA para outros países, entre todas as remessas que não tem vínculo direto com o comércio.

No gráfico abaixo vemos a balança de transferências unilaterais americana. Percebe-se que as maiores transferências são as “remessas privadas” e os “subsídios do governo”.

Ao longo do período estudado a balança só tem crescido. De 2001 para 2009 houve um aumento de quase 50%.


Para finalizar a análise da relação econômica dos EUA com o exterior, vamos observar o gráfico de Investimento Direto Estrangeiro dos EUA, logo abaixo.


Vemos, então, dois tipos de Investimento Direto Estrangeiro: a dos EUA no mundo e a do mundo nos EUA.  Há muita oscilação nos investimentos. Em 2005, os EUA tiveram uma queda brusca nos investimentos diretos, US$ 36,23 bilhões. Mas dois anos depois tem a maior alta no período estudado, US$ 414 bilhões em 2007, um aumento de 91,2% em relação a 2005.

 O investimento direto estrangeiro nos EUA também é considerável, chegando em 2008 a US$ 328,3 bilhões. Mas em decorrência da crise ela não se sustenta, despencando em 59% em 2009, chegando a US$ 134,7 bilhões.

Conclusão

Por fim, vendo todos esses gráficos o grupo concluiu que quando se trata de comércio exterior os Estados Unidos sai na frente. Em relação a sua balança comercial, os EUA é o 3º maior exportador do mundo, com US$ 1,07 trilhão em 2009, ficando atrás apenas da China e da Alemanha (CIA). 

Quando o assunto é importações, os EUA é 1º da lista. Segundo dados da BEA, ele importou em 2009, US$ 1,57 trilhões. A china está em 2º lugar ( US$ 956,7 bilhões) e a Alemanha em 3º (US$ 954,3 bilhões). O Brasil ficou no 25º lugar, com suas exportações somando em 2009, US$ 127,7 bilhões.

Através de suas multinacionais, como Mcdonalds, Boeing, Ford, Microsoft, (só mencionando aqui as marcas conhecidas, pois os EUA têm muitas empresas no exterior), o país tem um investimento direto no exterior elevado.

Apesar de os EUA terem um déficit comercial em suas contas, o país é um forte comerciante internacional. Como dissemos, o consumo ocupa uma parte considerável do PIB porque o americano comum prefere consumir a poupar.

FONTE:

Um comentário:

  1. Sou muito grato a Elegantloanfirm por me ajudar a obter um empréstimo de US $ 600.000,00 ajudando o agente de empréstimos Russ Harry e sou eternamente grato a você. Minha vida mudou, meu dinheiro acabou, agora possuo um negócio comercial que costumava cuidar das necessidades de minha família. Sou grato a você, Sr. Russ, e que Deus o abençoe. Você pode contatá-los para obter assistência financeira via e-mail: Elegantloanfirm@hotmail.com para obter sua ajuda financeira.

    ResponderExcluir